Lendo Antônio Vieira

Se sois pecador, se estais na noite do pecado, olhai para a lua, fazei oração a Maria para que vos alumie e vos tire da noite do pecado, para a madrugada da penitência.  Se sois penitente, estais na madrugada do arrependimento, ponde os olhos na aurora, fazei oração a Maria, para que ela vos alumie e vos passe da madrugada da penitência ao dia da graça.  Se sois justo, se estais no dia da graça, ponde os olhos no sol, fazei oração a Maria, para que vos sustente e vos aumente nesse dia, porque desse dia ditoso não há para onde passar.  – Assim alumia aquela soberana luz universalmente a todos, sem exceção de tempo nem de estado, o Sol de justiça alumia só aos que o temem: Timentibus nomen meum, mas a Luz de misericórdia alumia aos que o temem, porque o temem, e aos que o não temem, para que o temam, e a todos alumia.  O Sol de justiça nasce só para os justos, mas a Luz de misericórdia nasce para Os justos e mais para os pecadores. E por este modo é mais universal para...

  Cristo, sol de justiça, e a Senhora da Luz, Mãe de misericórdia.  Dedico essa leitura a todas as pessoas que ainda estejam receosas de amar e venerar a Santa Mãe de Deus e nossa Mãe, que esse sermão seja luz em nosso entendimento sobre a necessidade e a importância da devoção à Santíssima Virgem Maria. Para conferir os Podcasts com a leitura do belo e profundo "Sermão do Nascimento da Virgem Maria" de padre Antônio Vieira, pregado em São Luiz do Maranhão no ano de 1657, clique nos links a seguir: Playlist no Spotfy Playlist no SoundCloud Sermão para ler:  PDF Áudio do Sermão no  Youtube   com legenda, basta ativar no canto superior do vídeo clicando em [cc]. Resumo do Sermão: Parte 1: Por que no dia do nascimento da Virgem nos propõe a Igreja o Evangelho do nascimento de Cristo? O sol nasce duas vezes; quando aparece a luz e quando aparece o astro. Desse modo é que se deve interpretar o que dizem os evangelistas e o Gênesis. Quem é o sol duas vezes nascido? É ...

A primeira vez que tive contato com um dos Sermões de padre Antônio Vieira foi no ano de 2013, quando eu cursava o terceiro semestre da faculdade de Letras-Português da Universidade Federal do Ceará.   Sua obra nos foi apresentada na disciplina de Literatura Portuguesa I (que estuda as obras de autores nascidos em Portugal), por meio de uma análise, que devíamos fazer, do famoso "Sermão da Sexagésima" datado de 1655; onde o padre deixava exposto seu método de estruturação de argumentação, grande modelo de oratória, e condenava o cultismo (no popular: mania que alguns pregadores têm de usar palavras difíceis no sermão),  apesar de ele mesmo não descuidar da estética em suas obras.  Fiquei encantada com a genialidade do autor, com sua maneira de argumentar sempre sustentando suas teses com base na Sagrada Escritura somada às citações de santos e papas da Santa Igreja, por exemplo Santo Agostinho,  Santo Tomás de Aquino, etc, e por isso, esse foi um dos trabalhos que ma...