Sermão do Santíssimo Sacramento - Podcast

Dedico essa leitura a minha filha Ana Luiza que, por tanto gostar desse texto, me pediu para gravá-lo antes de outro sermão presente em meus planos.

Que esses textos, minha filha, aumentem em seu coração o amor pela verdadeira fé e ilumine seus passos.

Sermão do Santíssimo Sacramento, pregado em Santa Engrácia no ano de 1645.

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Resumo de cada uma das partes do Sermão:

Parte I - Por que somente na instituição do sacramento da Eucaristia Jesus usou, e por duas vezes, o advérbio: verdadeiramente. O Mistério da Fé torna-se para o autor o mistério da razão. Os sete inimigos dessa verdade: o judeu, o gentio, o herege, o filósofo, o político, o devoto e o demônio.

Parte II - O primeiro inimigo: o judeu.  Primeira objeção: a possibilidade do sacramento.  Por que Cristo, em vez de atender-lhes a dúvida ameaçou-lhes a malícia?  Para os figurar, apoiando-se nas Escrituras, é impossível Deus, imenso, limitar-se ao pão;  e invisível, limitar-se ao visível.  Por que então no deserto pediram a Arão, sacerdote, que lhes fizesse um Deus visível?  O que eles pediram, nós recebemos.  Um argumento a nosso favor: os informes adoraram o bezerro e foram castigados;  nós adoramos a hóstia e não somos, embora os primeiros cristãos tenham sido judeus.  Se o judeu crê nos outros milagres da Escritura, por que não crer na Eucaristia?  Se crê no poder das palavras de Josué ao sol e de Moisés à rocha, por que não acreditar no poder das palavras do sacerdote?  Para o judeu crer na Eucaristia não lhe é necessária nova fé.  Cristo ao instituir a Eucaristia não pediu o entendimento, pediu memória.

Parte III - Segundo inimigo: o gentio.  O exemplo de Atreu, dando a comer as carnes de seu filho.  Averróis horroriza-se com as palavras de Cristo.  Apoiando-se em Tertuliano, o autor usa contra os gentios suas próprias fábulas.  A idolatria é degrau para a fé.  Vários exemplos tirados da mitologia.  Nada há de descrédito para nossa religião nessas semelhanças.  Davi e S. Pedro encarecem os mistérios da fé comparando-os com as fábulas pagās.  Se o gentio crê na fábula, que é arremedo, por que não crer na existência verdadeira de suas fábulas?

Parte IV - Terceiro inimigo: o herege.  Objeção: Cristo muitas vezes chama pão a este mistério;  logo é pão.  É preciso estudar-se a terminologia dos livros sagrados.  As Escrituras dão nome às coisas, ou pelo que foram, ou pelo que parecem, ou pelo que são.  Segunda objeção: se assim é, Cristo poderia ter chamado corpo ao pão, sem que isto viesse alterar a substância do pão.  Ainda mais: é chamado vide, pedra e cordeiro, sem ser nenhuma dessas três coisas.  Razão da palavra vere.  Distinção entre sentido metafórico e verdadeiro.

Parte V - Quarto inimigo: o filósofo. O filósofo usa contra a Eucaristia argumentos tirados da natureza, e com a mesma natureza, mestra da fé, replica o autor. *I objeção: as substâncias das coisas são imutáveis? Resposta: na nutrição do corpo humano os alimentos se transformam em substância de carne e sangue em menos de oito horas: o que a natureza faz devagar, Deus faz depressa, e nisto é que está o milagre. II objeção: o todo é maior que a parte e a parte menor que o todo, logo Cristo não pode estar todo em uma parte da hóstia. Prova em contrário: o espelho quebrado. Comparação de Davi. III* objeção: o entendimento julga pelos sentidos. Mas se a vista se engana nas obras da natureza, como o arco-iris, como não se enganar nas que são sobre a natureza?

Parte VI - Quinto inimigo: troca-se mui acertadamente o político pelo demônio. Objeção: é impossível que os homens que comungam a Cristo no sacramento sejam como Deus, visto como o demônio apenas querendo assemelhar-se a Deus foi por isso castigado. Se o maná era pão de anjos, como o corpo do Filho de Deus há de ser pão de homens? - Deus unindo-se à natureza humana, e não à angélica, prefe- riu os homens aos anjos. O primeiro inventor da Eucaristia foi o próprio demônio no Paraíso terrestre. Cristo apenas fez verdadeira a sua mentira, consagrando debaixo das espécies de pão o que ele fingira debaixo das aparências de pomo.

Parte VII - Sexto inimigo: o devoto. Mais por excesso de amor que por falta de fé, queixa-se o devoto dos acidentes que encobrem Cristo a seus olhos. Razão: os homens amam mais finamente a Cristo desejado por saudades do que gozado por vista. O desejo de S. Paulo.

Parte VIII - Sétimo inimigo: o político. Os políticos argumentam com a autoridade: Como é possivel que o monarca do universo se exponha assim a todos, cercado só de uns acidentes de pão! - Razão: Onde se conquistam venerações, não se perde autoridade. A lançada do lado de Cristo e a Igreja. A construção da igreja de Santa Eustáquia, e os muros de Lisboa.

Parte IX - Súplica em favor dos inimigos da Eucaristia.

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(Atualizado em 07.06.2021)


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